terça-feira, 3 de maio de 2011

Ruídos de sala X Som direto


As turmas de terça, esta semana, aprofundaram os experimentos e debates a respeito do som. Desta vez a abordagem partiu dos seguintes pontos: A sonoplastia inserida nos filmes na pós-produção e o som direto, que consiste no som captado no momento da gravação. As turmas já haviam passado por uma experiência de produção de ruídos e sons. A diferença é que agora os alunos teriam como nova aliada a biblioteca de sons, onde poderiam pinçar os sons desejados.

A parte inicial do encontro foi dedicado para assistir, debater e absorver referências. Primeiro, assistimos trechos do documentário "A construção do som". A produção data de 1980 e mostra os processos de trabalho e a história de Geraldo José, grande nome do cinema brasileiro na área de sonoplastia. Geraldo José participou de 504 longas-metragens, uma infinidade de curtas, novelas, séries de televisão, comerciais e institucionais dos anos 60 até os dias de hoje, além de possuir um acervo sonoro de 20.000 sons diferentes. Segundo dados da Enciclopédia do Cinema Brasileiro, o sonoplasta é "o técnico detentor da maior filmografia de toda a história do cinema brasileiro".


Em "A construção do som" os alunos puderam observar o profissional em ação, gravando ruídos de sala e, em seguida, as cenas para onde os sons produzidos foram destinados. O acervo de som de Geraldo José também ganhou atenção especial: Para cada som, uma fita. Para cada prateleira da biblioteca de Geraldo, dezenas de fitas enfileiradas. Já atualmente, possuímos milhares de sons armazenados em bancos de áudio no próprio computador.

Em seguida, assistimos os exercícios produzidos pelos mediadores da ELC na mais recente capacitação: Fotografias sonorizadas e uma reprodução do efeito Kuleshov com sons. Conversamos sobre a construção de ambientes no extra-campo usando somente o som. Ou seja: O espectador não visualiza uma ação, mas tem real noção do que acontece, graças aos ruídos, som ambiente e afins.


Ainda sobre ruídos e sonoplastia, assistimos via YouTube um episódio de "Tom e Jerry", analisando atentamente cada som ouvido. Conforme os personagens davam passos, caiam e "produziam barulhos" de forma geral, tentávamos apontar que objeto ou de que forma o ruído foi produzido. Foi identificado também o "efeito mickeymousing", que substitúi o que deveriam ser "sons comuns" por acordes musicais e sons "fora da realidade".

Como exemplo de som direto, assistimos um videoclipe do Beirut produzido pelo projeto "A Take Away Show". O projeto de origem francesa roda o mundo produzindo clipes a partir dos seguintes elementos: Um plano sequência, o som captado no instante da gravação e a fantástica equalização dos instrumentos através do posicionamento dos mesmos no ambiente.

O clipe deixou alunos como Mayara e Joyce maravilhados. Mayara chegou a assistir o vídeo de boca aberta, tamanha a admiração, elogiando ao fim a criatividade e o desempenho da banda e do operador de câmera. Para assistí-lo também, siga o link: http://www.youtube.com/watch?v=R781LDKOVJE

Todos os videoclipes produzidos pelo projeto francês se encontram no seguinte blog:http://www.blogotheque.net/
Depois de tantas referências assistidas e de estarem claras as diferenças entre sonoplastia e som direto, passamos para a primeira atividade do dia: Ouvir sons da biblioteca de audio, tentando identificar sua origem e seu fim - Como foi feito? Pode servir para que imagem?


Introduzimos, na sequência, uma explicação sobre a utilização do mapa de som. O mapa é basicamente um planejamento para a execução da sonorização de um filme. No nosso caso, produziríamos ambientes sonoros para uma fotografia escolhida, com duração de 30 segundos.

Os alunos tiveram acesso a fotografias e pinturas distintas. Definida a imagem escolhida, passariam para decisões sobre som ambiente, narração, ruídos e música. Cada um desses sons deveria ser identificado no mapa através de cores que ilustrariam suas respectivas durações.

Por fim, cada aluno, dupla ou trio possuía um mapa de som colorido, como o da imagem, produzido pela aluna Kathleen, da turma Terça A. Os sons pré-selecionados no papel ganharam vida na biblioteca de audio ou no microfone, produzindo exercícios como os que podem ser vistos abaixo:


Por Josy Antunes e Daniel Soares

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