quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De que é feito um cenário?


As aulas das turmas de quarta foram iniciadas ao redor da mesa branca da sala de animação. Sobre ela havia uma grande folha de papel pardo e uma porção de pilotos pretos. Começamos a conversar sobre definições de "cenário". Cada criança foi fornecendo opiniões que respondiam a questões como "o que é?", "do que é composto?", "pra que serve?"... Todos os palpites eram anotados no papel pardo.

Próximo a mesa branca, havia um varal com inúmeras colagens penduradas. Procuramos analisá-las quanto aos seus cenários. Em algumas das composições foi identificado que não havia cenário algum. Enquanto em outras, os cenários eram compostos por vários pedaços de revistas.


Pensamos na sala de animação como um cenário e fomos catalogando todos os elementos contidos nela: Desde as cores e texturas, passando pelos móveis, portas, janelas e as folhas coloridas coladas nas paredes.

O raciocínio foi facilitado quando enxergamos a coisa pelo seguinte ângulo: Se tivessemos uma sala vazia, com apenas 4 paredes brancas e resolvêssemos criar nela um cenário de "sala de animação", como a da Escola Livre de Cinema, o que precisaríamos alterar ou acrescentar na sala vazia? Pra começar, precisaríamos pintar as paredes de bege, colocar pisos e colunas cobertos por azulejos cinzas, mobiliar com mesas coloridas, e por aí em diante...

Depois, pensamos em outros locais e fizemos o mesmo procedimento de listagem, sempre anotando tudo no papel pardo. Catalogamos elementos de cenários como o zoológico, espaço sideral, praia e parque de diversões. Listamos também os elementos que existem no quarto de cada uma das crianças.



Em seguida, cada um escolheu uma obra audiovisual favorita - de desenhos animados a transmissões de jogos de futebol. Assim como todos os itens citados anteriormente, os títulos das obras também foram escritos no papel pardo, passaram por uma escolha de cenário principal e tiveram seus elementos destrinchados. Por exemplo, em "Chaves", a principal praça da vila, onde ocorrem a maior parte dos episódios, foi selecionada. Todos os elementos dela foram listados, com toda a turma ajudando. Lembramos das gaiolas, da escada, dos caixotes, do piso dividido em blocos, das paredes descascadas, dos números nas portas... Por fim, todos os elementos lembrados de cada obra escolhida foram anotados. Toda a turma ajudava na listagem pessoal de cada criança.

Descobrimos que os cenários dizem muito a respeito das obras. Assim como as paredes descascadas em "Chaves" indicam que se trata de uma vila antiga, também os móveis e papeis coloridos colados nas paredes da ELC indicam um ambiente de criação. Os quartos descritos pelas crianças, dizem muito sobre os gostos pessoais e a rotina de cada uma delas.

Descobrimos também que, no caso dos desenhos animados, além dos elementos e objetos, os cenários também são caracterizados pelos diferentes "traços", que variam de acordo com o desenhista. Para exemplificar, foi solicitado que cada criança desenhasse um ser humano, da maneira que soubesse. Cada desenho, mesmo sendo todos representações de um ser humano, saiu de um jeito. Cada um tinha um estilo e características especiais. Uns lembravam o "Tio Chico" da "Família Adams". Uns eram feitos de "palitinhos". Outros lembravam desenhos japoneses. Outros eram tão fofos quanto os "Ursinhos carinhosos". As linhas pretas que definiam os desenhos também se diferenciavam, de acordo com a força aplicada pela criança no momento do desenho. Alguns desenhos tinham linhas tão grossas, que quase formavam um borrão. Enquanto outros foram feitos com tanta leveza, que lembrava uma rubrica.


Em seguida, em duplas ou trios, pesquisamos no Google imagens dos cenários das obras audiovisuais escolhidas. Comparamos os resultados com as descrições feitas anteriormente no papel pardo. Cada criança escolheu a imagem que melhor mostrasse o cenário e representasse a obra escolhida.

As imagens foram impressas e levadas para a mesa de luz. A mesa de luz possui uma estrutra diagonal de madeira, que emoldura um vidro quadrado, formando uma espécie de caixa. Dentro desta estrutura, existe uma lâmpada, que pode ser acionada como um abajur. A mesa de luz é utilizada especialmente para animações 2D.

Com a imagem do cenário em mãos, cada criança colocou uma folha de oficio por cima e levou as duas folhas para a mesa. Nela, o desenho impresso, mesmo escondido por baixo da folha de ofício, fica extremamente nítido, facilitando que as linhas do desenho original sejam cobertas e reproduzidas.

Muitos dos cenários foram impressos com personagens. No momento da reprodução, no entanto, era necessário ignorar a presença deles, completando o desenho com linhas e afins.
Veja o exemplo de Débora Lidiane, da Quarta A, que transformou um cenário de "Garfield" numa cozinha vazia.





Outro detalhe muito importante era não deixar que os desenhos ficassem sem contornos completos, pois o próximo passo será colorir digitalmente cada um deles. Uma pequena falha no contorno dificultaria o processo.Os desenhos foram digitalizados e aguardam por cores, que chegarão na semana que vem...

Durante os encontros de hoje, ouvimos o som da banda virtual "Gorillaz", que possui todos os álbuns listados no site "som13": http://som13.com.br/#/gorillaz/albums"Gorillaz é uma banda virtual de trip rock criada no ano de 1998 pelo então líder do Blur, Damon Albarn e por Jamie Hewlett, co-criador da história em quadrinhos "Tank Girl". A banda é composta por quatro membros animados: 2D, Murdoc Niccals, Noodle e Russel. A música do grupo é resultado da colaboração entre vários outros músicos, sendo Damon Albarn o único membro permanente. Seu estilo musical normalmente é classificado como rock alternativo, embora haja muita influência do britpop, dub e da eletrônica." (Fonte: Wikipédia)


As especificidades da banda foram comentadas no início da aula. Com as atividades do dia encerradas, assistimos - de olho no cenário - ao videoclipe "Clint Eastwood", linkado abaixo:





Por Josy Antunes

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